Finalíssima: o Encontro de Brasil e Inglaterra no Futebol Feminino

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E as donas da casa levantaram o título da primeira edição da Finalíssima. Frente a mais de 83 mil torcedores em Wembley, a Inglaterra venceu o Brasil nos pênaltis e consagrou a invencibilidade de mais um jogo no comando da técnica Sarina Wiegman. Sim, mais de 80 mil pessoas no estádio. (fotos Thais Magalhães/CBF)

Apesar da derrota doída, há de se tirar coisas boas do jogo que a Seleção Brasileira fez contra uma das melhores Seleções do mundo. Com dois tempos distintos, a equipe se mostrou competitiva e com uma postura bem diferente comparando os 45 minutos iniciais com os finais.

Primeiro Tempo x Segundo Tempo

O Brasil entrou no esquema tático com uma linha de 5 na defesa, a fim de aproximar as laterais das pontas inglesas e segurar o forte ataque delas, apostando na transição rápida para ameaçar a Inglaterra.

Logo nos primeiros minutos foi visto um Brasil nervoso, sentindo a atmosfera, com erros de passe, cedendo espaço e falhando nas marcações no um contra um. Aos 22 minutos, em uma jogada pelo lado esquerdo, após uma boa tabela, Lucy Bronze cruzou na área e resultou em uma assistência para o gol de Ella Toone, que estava desmarcada, facilitando na hora da finalização.

Depois disso, a Inglaterra começou a pressionar ainda mais, principalmente pelos lados, mantendo as visitantes em seu campo defensivo, sem dar chances de uma chegada brasileira em seu gol. Com a seleção recuada, foi difícil realizar jogadas no ataque.

A única boa ocasião em que conseguiu se aproximar, ainda nos primeiros 45 minutos, saiu em uma transição rápida, em um lançamento preciso de Tamires para Geyse, que finalizou, mas desviou na zagueira, mandando para a linha de fundo.

Já no segundo tempo, a mudança foi clara, uma visão totalmente diferente, com o Brasil vindo de modo ofensivo, mais competitivo e com intensidade para o jogo. Com Pia trazendo a campo Adriana e Andressa Alves, e tirando Lauren e Bia Zaneratto, um novo esquema tático foi testado ao time, com mais mobilidade e pressão alta em uma linha de 4.

Nos acréscimos

Mudanças essas que fizeram a diferença no placar. No final do jogo, já nos acréscimos, veio o empate. Adriana cruzou na área e após falha da goleira Earps. A bola sobrou para Andressa Alves, que não perdeu a chance, e empatou o jogo, levando a decisão direto para os pênaltis.

O Brasil dominou a etapa final, colocando pressão e forçando erros de passe das inglesas, neutralizando as ações, desafiando a Inglaterra e chegando mais perto do gol para finalizar, mas com o mesmo problema que a seleção vem passando: a tomada de decisão e o último passe.

Apesar das chegadas perigosas, não foi o suficiente, pois a eficiência fez falta quando estava cara a cara com o gol, o que acabou sendo um fator crucial nas oportunidades criadas e não convertidas.

Destaques e Perspectivas

Geyse foi um dos grandes destaques da partida, ainda mais no segundo tempo. A entrega física, a força e a persistência de incomodar as adversárias, fizeram a diferença em campo, criando as chances de gols.

A goleira Letícia veio para substituir a vaga da titular Lorena, que está fora da Copa por lesão e conseguiu apresentar uma segurança diante do gol durante os 90 minutos e nas cobranças de pênalti. A volta de Antônia fez muita diferença em campo. Segura em suas ações, mostrou o quão necessária é no 11 titular. A confiança de Pia na jovem zagueira Lauren pode cravar sua vaga no mundial, que fez uma boa partida no primeiro tempo. Luana, que ficou fora de convocações durante um bom tempo por conta de lesão, voltou a campo como titular, sendo uma opção para a técnica levar para a Copa. Esses são só alguns dos nomes que podem aparecer na lista final da sueca.

Cobrança de Pênaltis

Foram cinco cobranças de cada lado e as inglesas conseguiram levar a melhor, decretando a vitória por 4×2. Letícia defendeu um pênalti, acertando 4 dos 5 lados, mas Rafaelle e Tamires não converteram as suas chances.

O que pode ser levado em consideração e a ser discutido é o fator psicológico, que precisa ser avaliado, principalmente em cobranças de pênalti, sendo esta a quarta derrota na ocasião no comando da Pia. No geral, a última vez que o Brasil avançou nas penalidades foi nas Olimpíadas de 2016, contra a Austrália.

Visão Geral

Mesmo com a derrota, há questões boas a se tirar e pensar no futuro. A Era Pia está passando pelo processo de renovação, que precisava ser feito há bastante tempo, mas que está sendo colocada em prática apenas depois da chegada da técnica sueca. A equipe precisa manter a continuidade e sempre buscar a evolução nessa jornada.

Enfrentar uma das melhores Seleções do Mundo, com desfalques importantes, não foi um trabalho fácil, mas o Brasil conseguiu ter uma ótima leitura, um bom desempenho, especialmente na segunda etapa, depois do primeiro tempo que teve, além de mostrar que pode competir em alto nível. Mesmo não tendo o melhor final, levamos desta partida uma boa e esperançosa visão de um futuro brilhante pela frente.

A Seleção Brasileira enfrentará a Alemanha em seu último confronto antes da Copa, dia 11 de abril, às 13h, no estádio Max Morlock.

 

Por Yasmim Queiroz – repórter que integra o Projeto Educacional do FimdeJogo/DC Press e a Universidade Veiga de Almeida. Supervisão Cris Dissat. Yasmim está se dedicando, dentro do projeto, à cobertura do futebol feminino.

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Post Author: Equipe Fimdejogo