Manifestações Humanitárias na Copa do Mundo

Facebooktwitterpinterest

O Mundial realizado no Catar com pouco tempo desde a sua abertura, que ocorreu no último domingo, 20 de novembro, já coleciona episódios que ficarão marcados na história das Copas. E, infelizmente, o motivo não tem nada a ver com o que foi feito com a bola rolando.

Desde a decisão de que o país árabe seria sede da Copa do Mundo de 2022, muitas foram as críticas direcionadas a FIFA por permitir que o maior evento do planeta acontecesse em um lugar que possui um péssimo histórico em questões humanitárias, envolvendo os direitos das mulheres e dos trabalhadores migrantes, além da criminalização do homossexualismo dentro do país.

Se a pauta relacionada com as leis e a cultura do Catar antes da Copa começar já estava em alta, com ela em andamento não poderia ser diferente. Logo no jogo entre Inglaterra x Irã, que abriu o segundo dia de torneio, 21 de novembro, houve protestos dos jogadores das duas seleções antes do pontapé inicial.

Protestos Dentro e Fora de Campo

A equipe do Irã escolheu manter-se em silêncio enquanto o Hino de seu país foi tocado, em demonstração de apoio aos manifestantes de seu país. Além disso, os torcedores iranianos presentes no Estádio Internacional Khalifa também foram porta-voz dos protestos. Na arquibancada, vaiaram a execução do Hino e alguns deles estavam com bandeiras e cartazes se manifestando contra as leis misóginas no país.

No lado da Inglaterra, os jogadores que estavam dentro de campo se ajoelharam no gramado antes do apito inicial. Outra coisa que chamou a atenção foi o capitão inglês Harry Kane usando a braçadeira com a mensagem “No Discrimination” após proibição de usar uma mesma braçadeira, mas escrito “One Love”.

No Twitter, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que vem atuando desde 2014, monitorando e divulgando casos de racismo e ações afirmativas no futebol brasileiro, se manifestou.

Proibição da FIFA

Refrescando a memória, de início, os capitães de sete seleções, incluindo a Inglaterra entrariam em campo usando braçadeiras com a mensagem “One Love”, em apoio à comunidade LGBTQIAP+. Porém, a Fifa não permitiu que fossem utilizadas, ameaçando punir com cartão amarelo os jogadores que estivessem com o adereço.

“A Fifa tem deixado muito claro que imporá sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo”, afirmaram as seleções, em comunicado.

Por causa disso, as sete seleções que usariam a braçadeira “One Love” se uniram com as demais, utilizando com a escrita “No Discrimination”, essa sim permitida pela Fifa.

 

Por Oliver Moraes – repórter do Fim de Jogo, integrante do projeto da DC Press / Fimdejogo e da Universidade Veiga de Almeida. Supervisão Cris Dissat e Daniela Oliveira.

Facebooktwitterpinterest

Post Author: Equipe Fimdejogo