O último dia de competições de surfe nas Olimpíadas de Paris 2024 trouxe emoção e conquistas históricas para o Brasil. Em um cenário deslumbrante, em Teahupoo, a 15 mil quilômetros da capital francesa, os surfistas brasileiros Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb marcaram seus nomes na história das Olimpíadas, mesmo com a escassez de ondas. Tati conquistou a prata e Medina o bronze. (Fotos: William Lucas/COB)
Histórico para o Surfe Brasileiro
O dia 5 de agosto de 2024 ficará para sempre gravado na memória dos amantes do surfe e do esporte brasileiro. Tatiana e Medina trouxeram ainda mais orgulho e alegria ao país com resiliência, talento e paixão pelo que fazem. Eles se juntam a Italo Ferreira, ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, no rol dos atletas medalhistas olímpicos.
Essa é só a segunda participação do surfe em Olimpíadas e essas conquistas mostram a força do Brasil na modalidade. Um marco importante para não só elevar o surfe brasileiro no cenário internacional, mas também para inspirar a nova geração de surfistas.
Em Paris 2024, o Brasil começou com seis surfistas, que também fizeram bonito, apesar de não chegarem a conquistar medalhas.
Tatiana Weston-Webb se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica no surfe, enquanto Gabriel Medina assegurou sua primeira medalha em Olimpíadas.
O Bronze de Gabriel Medina
Gabriel Medina iniciou o dia enfrentando o australiano Jack Robinson na Semifinal. Em uma bateria marcada pela escassez de ondas, Medina encontrou dificuldades para realizar boas manobras. O australiano conseguiu um somatório de 12.33, contra apenas 6.33 do brasileiro, garantindo sua vaga na final.
Apesar da derrota, Medina não desanimou e voltou ao mar para disputar a medalha de bronze contra o peruano Alonso Correa. Demonstrando resiliência e talento, o tricampeão mundial encontrou um tubo perfeito que lhe rendeu uma nota de 7.77, seguido por outro excelente tubo de 7.77. Com um total de 15.54, Medina superou Correa, que somou 12.43, e garantiu a primeira medalha olímpica de sua carreira.
“Já me deu muita alegria esse mar. Faz parte, temos que saber lidar com ele. Fico feliz porque dei o meu melhor e é isso o que importa, independente do resultado. Teve um começo triste, mas terminou com um final feliz. Estou amarradão”, declarou Medina emocionado.
A Prata de Tatiana Weston-Webb
Tatiana Weston-Webb também brilhou nas ondas de Teahupoo. Após vencer a costarriquenha Brisa Hennessy na Semifinal, Tati enfrentou a campeã mundial Caroline Marks na grande final.
Em uma disputa acirrada e também sofrendo com a escassez de ondas, a brasileira precisava de uma nota de 4.68 para garantir o ouro nos últimos segundos. Mas, acabou ficando com 4.50. Marks levou o ouro com uma nota de 7.50. A soma total de pontos de Tati foi 10.63.
“Foi uma disputa intensa e estou muito feliz com a medalha de prata. Sei que o Brasil inteiro estava torcendo e dedico essa vitória a todos que me apoiaram. Faltou muito pouco para o ouro, mas estou orgulhosa do que conquistei e de representar o Brasil no pódio”, comentou Tatiana, visivelmente emocionada.
Por Rafael Barros – repórter do Fim de jogo, integrante da DC Press/Fim de Jogo e da Universidade Veiga de Almeida. Supervisão Cris Dissat e Daniela Oliveira. Revisão de texto Patrícia Bernardo.