Final da Libertadores: O que deu certo e o que não funcionou?

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Na verdade, a pergunta do título da matéria precisa de um complemento. Será que a experiência da final Libertadores mostrou que o público pode voltar aos estádios?

Uma série de questões, que acompanhamos ao longo dos dias que antecederam à final entre Santos e Palmeiras, além de acompanhar o entorno do Maracanã, mostrou que vários ajustes são necessários. Sem uma análise melhor e um planejamento bem feito, em todos os sentidos, ainda é muito complicado pensar no retorno. Enquanto se espera a vacinação em massa a saída é planejar.

Compartilhe conosco sua dúvida ou sugestão porque o debate é sempre importante.

Pontos para serem avaliados e pensados:

– Não adianta abrir um trecho do Maracanã e concentrar todo mundo em uma área só. Se isso se deve aos custos de abrir mais de um setor vai ser uma decisão bem complicada. Vale a pena o investimento? Quanto custaria o ingresso para abrir mais setores e realmente ter a possibilidade do distanciamento social?

– Os setores Oeste e Maracanã Mais foram os abertos, além da Tribuna de Imprensa tanto no 5º andar quanto na área que fica dentro das cadeiras cativas.

– Todas as pessoas envolvidas no jogo precisam ter orientação e seguir as regras estabelecidas. Os vendedores que entram no estádio estavam aglomerados na entrada perto do acesso Norte e sem máscaras.

– O mesmo observamos no acesso na frente do Setor Norte, na Rua Mata Machado, onde foi a concentração dos seguranças que trabalham no jogo. Todos juntos e a maioria sem máscara.

– Será que todos os convidados  apresentaram o teste PCR antes de entrar? Será que isso funcionaria para uma rotina de jogos normais? E como seria o acesso dos torcedores sem evitar aglomeração?

– Tribuna de Imprensa – Nosso credenciamento só foi liberado na véspera do jogo, inviabilizando fazer um teste a um custo de cerca de R$ 300,00 e sem a certeza de ficar pronto no prazo. Não tivemos como ver o funcionamento da Tribuna de Imprensa e mesmo pedindo em grupos de whatsapp ou pelo Twitter não conseguimos com jornalistas que estavam presentes para saber como funcionou. A única imagem que vimos foi postada no perfil oficial do Maracanã, no Instagram, e pela imagem não parecia que havia distanciamento suficiente entre os jornalistas na bancada de trabalho. Entretanto o ângulo da imagem não foi garantia que estavam posicionados corretamente.

– O controle de acesso do público funcionou para evitar possíveis invasões do Maracanã. Inclusive apuramos com moradores que um grupo foi detido na Rua Isidro Figueiredo, quando tentava passar pelas barreiras.

– Sem público e sendo no sábado, os fechamentos que a CetRio realizou não impactou o trânsito no bairro.

– Nas imagens da televisão ficou claro que um grande número de presentes não usava máscara e a marcação de cadeiras permitidas para serem usadas foi ignorada. Alguém achou que isso ia funcionar?

– Além dos problemas na dinâmica do credenciamento, com envio de avisos para alguns jornalistas praticamente na véspera do jogo, quem foi credenciado teve que retirar os crachás em local que foram registradas filas e aglomeração. Todo o cuidado nos vários segmentos é essencial.

Outras questões que precisam de organização e planejamento independente da época do jogo.

– Entre os pontos que precisam ser observados é a falta de informação para os moradores do bairro. Não foi enviado um comunicado para o entorno, principalmente para quem reside na Rua Eurico Rabelo e as transversais. Isso era feito na época de grandes eventos pela subprefeitura da Tijuca, mas essa prestação de serviço fundamental parou de ser feita pela Prefeitura.

–  As sinalizações de proibição de estacionamento não podem ser colocadas apenas na véspera do jogo e, depois, rebocarem sem deixar que moradores que colocam os carros na rua não tenham opção.

– Depois dos problemas com os fogos na cobertura do Maracanã, durante a Rio 2016 e também na Copa do Mundo 2014, a montagem foi feita na rampa monumental D, que a do Bellini. Assim, o efeito ficou bom, evitando problemas na cobertura do estádio.

O que se viu na final é que em jogos no Brasil não há como não aglomerar. Várias decisões que foram tomadas acabaram provocando multa à gestão do Maracanã – encaminhada à Conmebol.

Se isso aconteceu em apenas um jogo, como será para o retorno do público, mesmo que reduzido, aos estádios? A multa vai evitar que a pandemia se espalhe?

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Post Author: Cristina Dissat