Vasco e MP-RJ Assinam Acordo para a Liberação de São Januário

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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e o Vasco entraram em um acordo para a tão esperada volta da torcida cruzmaltina a São Januário. As duas partes assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) na manhã desta quarta-feira (13/09) para a liberação do estádio, que não podia receber torcida devido à confusão após o jogo contra o Goiás, em junho.

Agora o clube aguarda que o pedido seja aceito pela Justiça Estadual, o que deve acontecer nos próximos dias. A ideia é que o torcedor possa acompanhar o time já na partida contra o Coritiba, no dia 21 de setembro.

Mudanças na Segurança em São Januário

O clube se comprometeu a implementar melhorias de segurança em São Januário. Uma delas será a implementação de reconhecimento facial nas catracas de acesso, o primeiro do estado do Rio de Janeiro. Além disso, haverá instalação de câmeras de alta definição dentro do estádio que funcionarão para a identificação de qualquer infração mesmo em ambientes escuros.

Nota Oficial do Clube

O cruzmaltino divulgou uma nota nesta quinta-feira, 14 de setembro, agradecendo o Procurador-geral de Justiça, Dr. Luciano Mattos, a equipe do MP-RJ, aos demais órgãos públicos e também os meios de comunicação que ajudaram na sensibilização de todos para um assunto que vai além do futebol.

Em um dos trechos da nota, o Vasco afirma que “a interdição de São Januário se deu por vias questionáveis, mas teve um mérito: deu a oportunidade para demonstrações inequívocas de amor e respeito ao Vasco, ao seu estádio e às suas tradições. Mais uma vez os vascaínos cerraram fileiras contra o preconceito e o elitismo que, infelizmente, ainda persistem em nossa sociedade.”

Enquanto a decisão oficial não sai, o Vasco enfrentará o Fluminense no Nilton Santos neste sábado (16/09).

A nota do clube, na íntegra, sobre a liberação do estádio.

São Januário não é apenas um estádio de futebol. É, sim, um dos mais importantes estádios do país, mas vai muito além de seu papel de arena esportiva. O Estádio de São Januário é parte da história do Brasil, palco de marcantes manifestações políticas, culturais e sociais ao longo de seu quase um século de história. É um estádio com vida, com alma, com fibra em cada tijolo. E o que faz de São Januário um colosso não é apenas sua dimensão esportiva – que é inegável – mas sua integração ao ambiente ao qual pertence.

São Januário é parte do Rio de Janeiro, parte da Zona Norte, parte de São Cristóvão. São Januário é da Barreira do Vasco, do Tuiuti e do Arará. É dos vascaínos e daqueles que o cercam. A interdição de São Januário se deu por vias questionáveis, mas teve um mérito: deu a oportunidade para demonstrações inequívocas de amor e respeito ao Vasco, ao seu estádio e às suas tradições. Mais uma vez os vascaínos cerraram fileiras contra o preconceito e o elitismo que, infelizmente, ainda persistem em nossa sociedade.

Os moradores da Barreira do Vasco, e todos os que vivem em nosso entorno, prestaram um serviço imensurável ao levantarem ao mundo sua voz e sua exigência por respeito com as comunidades e pela reabertura de sua segunda casa, São Januário. Suas vozes se fizeram ouvir e a eles agradecemos pelo esforço e resiliência.

Agradecemos também ao poder público municipal e estadual, ao Ministério Público, à FERJ e aos parlamentares pelo diálogo e pela busca por soluções que passassem pela reabertura de São Januário, compreendida como a solução justa e necessária para o Vasco, para os vascaínos e para a população de seu entorno.

Agradecemos ainda aos meios de comunicação, que se engajaram na divulgação do absurdo que era a manutenção do estádio de São Januário fechado, por argumentos que se mostraram

equivocados e preconceituosos. A imprensa esportiva foi de suma importância para a sensibilização da sociedade acerca de um tema que vai além da esfera desportiva.

Ao fim e ao cabo, foi a nossa gigantesca torcida, espalhada pelo Brasil e o mundo, que novamente se apresentou para defender não apenas a nossa casa, mas, principalmente, os ideais que orientam o Vasco desde a sua fundação. Os vascaínos nunca abrirão mão de lutar por um lugar que é sagrado para todos nós.

O Vasco tem que estar no Vasco. E o lugar do Vasco é São Januário. E também o Maracanã.

Por Paulo Karam– repórter do Fim de Jogo, integrante do projeto da DC Press / Fimdejogo e da Universidade Veiga de Almeida. Supervisão Cris Dissat.  Revisão de texto Patrícia Bernardo.

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Post Author: Equipe Fimdejogo