Assim como a maioria dos torcedores, eu já vivi alguns momentos bons e ruins no Maracanã. Mas, o jogo das Oitavas de Final da Libertadores de 2019, entre Flamengo x Emelec, é aquele que ficará na memória por muitos anos.
Toda a energia e expectativa do jogo já deixava o clima diferente. E aquele final foi, literalmente, um teste para cardíacos. Ali eu tive certeza de que meu coração é forte, apesar da minha taquicardia. Ele já tinha sido testado em alguns momentos, mas nesse acho que foi um teste a mais.
Os jogadores de futebol costumam dizer que preferem estar em campo do que nas arquibancadas torcendo, porque se sofre menos jogando do que torcendo. Naquele dia, eu acho que teria sofrido menos (se é que isso era possível em uma partida daquelas) se estivesse na arquibancada.
O começo da cobertura foi tranquilo. A festa da torcida estava muito bonita e, para alívio de todos, os gols rubro-negros saíram cedo. Só que não foi o suficiente, né? O Flamengo precisava vencer por três gols para avançar às Quartas de Final da competição sem um sofrimento maior.
E lá fomos nós para as penalidades. Só que eu não podia torcer, gritar, nem nada. Ali eu era a jornalista e precisava me conter. Sabe-se lá como.
Até hoje me pergunto como foi que consegui me segurar porque a tensão era muito grande. Dava para sentir o nervosismo dos torcedores antes e durante as cobranças. E eu ali tentando me manter “calma” e focada porque eu ainda tinha uma matéria para terminar. Mas o meu coração estava a mil.
Conforme as últimas cobranças foram chegando, eu já não olhava mais para o campo, só para o computador. Me guiava pelo som da torcida. Primeiro, aquele silêncio que antecede as cobranças, em que a gente só ouve a batida do nosso coração, e depois a explosão da torcida em comemoração.
Eu nem vi a defesa do Diego Alves e nem a bola na trave do jogador do Emelec, que eu jurava que tinha sido mais uma defesa do Diego.
Nem sei como consegui dormir nesse dia. E era só as Oitavas de Final. Ainda tinha muito mais emoção pela frente naquele 2019 mágico.