Uma semifinal de tirar o fôlego entre Brasil x Espanha no futebol! Quem estava esperando uma Seleção Brasileira parecida com a do primeiro confronto, se surpreendeu. O Brasil deu um baile em Paris e venceu com propriedade as espanholas por 4 a 2, voltando a uma final de Olimpíadas 16 anos depois.
O que se viu em campo hoje, foi uma das melhores atuações da seleção feminina nos últimos tempos. Teve de tudo, goleada, provocação, aquela famosa “malandragem” do futebol para controlar o jogo e muita personalidade.
Gol no Início, Provocação e Chances Perdidas
No primeiro tempo, o Brasil foi cauteloso. Marcou muito e abriu o placar cedo, em uma pitada de sorte e na bobeira da goleira espanhola. Cata Coll foi sair jogando e chutou em cima da própria companheira de time. Gol contra esquisito e 1 a 0 Brasil. Priscilla não deixou barato e comemorou bem na frente da espanhola.
No restante da primeira etapa o Brasil acumulou chances perdidas e poderia ter encerrado o primeiro tempo com três ou quatro gols de vantagem. Em uma das oportunidades, Gabi Portilho finalmente ampliou para a Seleção e deu mais tranquilidade para os últimos quarenta e cinco minutos.
Brasil Consistente e Avassalador
Na volta do intervalo, o Brasil voltou mais confiante e ajustado. As chances perdidas do primeiro tempo se tornaram chances convertidas e a Seleção deu show, aumentando a vantagem. Adriana, a nossa Imperadora, aproveitou o rebote e de cabeça marcou o terceiro.
Conforme o jogo foi passando o cansaço foi batendo e a Espanha conseguiu diminuir. Mas Kerolin fez o quarto e matou o jogo. Com muita categoria, ela colocou a bola embaixo da perna da goleira espanhola.
A Espanha ainda fez o seu segundo gol, mas o Brasil estava muito seguro no jogo e aguentou a pressão até o fim.
Um Muro em Cima da Linha
Um dos destaques da partida foi a goleira Lorena. A brasileira não tomou conhecimento das espanholas e fez praticamente uma partida perfeita. Se não fossem os dois gols de bola parada, onde a Seleção peca, Lorena teria saído com um “clean sheet”, que é quando o time e/ou a goleira passam a partida sem levar gol.
Acréscimos
Mais uma vez sofremos com o número excessivo, e inexplicável, de acréscimos. Contra a França já havia sido 16 minutos e nesta terça-feira contra as espanholas foram mais 15 minutos de acréscimos. Como se não bastasse, depois dos 15, a árbitra ainda resolveu deixar o jogo seguir até os 17.
Se somarmos os acréscimos dos jogos do Brasil, nossa seleção chega para a final com uma partida a mais na minutagem. Isso tem impacto significativo no desempenho das jogadoras. Muitas atletas, antes dos 30 minutos do segundo tempo, já estavam sentindo o desgaste e foram substituídas.
Para Fechar um Ciclo
Ainda suspensa na Semifinal, Marta desfalcou a Seleção contra a Espanha. A CBF até tentou fazer uso de efeito suspensivo, mas sem sucesso. Ele foi negado pelo Comitê e a nossa rainha teve que acompanhar da arquibancada.
A expectativa é que Marta volte para final e possa, quem sabe, encerrar sua passagem na história das Olimpíadas com uma inédita medalha de ouro.
Por Antonio Brenna – repórter do Fim de Jogo, integrante do projeto da DC Press / Fimdejogo e da Universidade Veiga de Almeida. Supervisão Cris Dissat e Daniela Oliveira. Revisão de texto Patrícia Bernardo. Fotos: Gaspar Nóbrega/COB – Rafael Ribeiro/CBF