Faltam 100 dias para a Copa do Mundo Feminina e a Seleção Brasileira fechou com chave de ouro seu último jogo da data FIFA de abril. Diante de mais de 32 mil torcedores no estádio Max Morlock, em Nuremberg, o Brasil venceu a Alemanha por 2×1 depois de mais de 15 anos.
O jogo foi marcado também pela despedida da jogadora Dzsenifer Marozsán, que se aposentou da seleção alemã. Uma de suas grandes conquistas foi nas Olimpíadas de 2016, onde foi ouro na ocasião. (fotos Thais Magalhães/CBF)
O Brasil havia vencido pela única vez a Alemanha nas Olimpíadas de 2008. O jogo desta terça ficará registrado não apenas pela vitória após 15 anos, na casa delas, mas pela partida que a Seleção Brasileira fez diante das alemãs. Um futebol com competitividade e maturidade, com grandes atuações coletivas e individuais e uma confiança lá em cima.
Todo o progresso, que vinha fazendo durante cada amistoso contra grandes seleções, foi posto em prática, deixando como resultado um saldo positivo para os próximos desafios que virão pela frente.
Primeiro Tempo
Pia trouxe seu esquema tático 4-4-2 habitual, variando às vezes para um 4-2-4, podendo formar uma linha de 5 no meio. Com uma boa leitura de jogo, visto também contra a Inglaterra no segundo tempo, foi possível observar os primeiros 45 minutos de uma Seleção agressiva, com uma pressão alta. Quando teve chances de marcar, não desperdiçou e aproveitou.
Logo aos 10 minutos Tamires marcou o primeiro gol, após um belo lançamento da Rafaelle para Gabi Nunes, que depois de uma confusão na pequena área entre a goleira e a zagueira, sobrou para a capitã. Hora certa, no lugar certo.
Logo após o gol, o Brasil baixou a guarda e a Alemanha cresceu, cometendo faltas perigosas e exigindo defesas da goleira Letícia. Apesar disso, a Seleção mostrou solidez em campo e não deixou sequer as alemãs se sentirem confortáveis. Anularam as ações das adversárias, tanto em jogadas pelos pés quanto em jogadas aéreas, que é um de seus pontos fortes.
Aos 37 minutos, ainda sobrou uma nova oportunidade na bola parada para ampliar o placar. Ary cobrou o escanteio curto para Kerolin, que devolveu o passe e cruzou para a área, passando por todo mundo e terminando dentro do gol.
Segundo Tempo
O Brasil voltou sem mudanças, logo se tornando um jogo mais equilibrado, pelo cansaço da equipe. Com a linha defensiva e o meio campo alinhados, ficou difícil para as alemãs diminuírem o placar.
Aos 32 minutos um lance perigoso quase saiu o terceiro gol. Geyse, após ganhar em uma disputa pela bola, deixou de calcanhar para Ary que tocou para Gabi Nunes, mas parou na goleira, cometendo falta logo em seguida.
Nos acréscimos do segundo tempo, depois de um erro de passe de Yasmim no campo defensivo, acabou sobrando nos pés das adversárias. Julie Brand descontou para as alemãs, após o rebote de Letícia.
Aline Gomes, de 17 anos, entrou pela primeira vez hoje na Seleção principal, e garantiu alguns minutos na partida. A jovem atleta está na mira para ser uma grande promessa no futuro.
Boas Perspectivas para o Mundial
O jogo contra a vice-campeã da Euro e segunda colocada no ranking Mundial mostrou um elenco com um sistema e organização táticos positivos nos testes contra seleções de alto nível.
Uma mensagem que Pia vem trazendo em suas coletivas é de confiança. “Considerando que fizemos isso jogando contra dois dos melhores times da Europa…não só o desempenho, mas também a vitória…ganhamos mais confiança, inclusive eu mesma”, disse Pia.
Mesmo não sendo considerada como favorita, o Brasil chega com boas expectativas e com chances de incomodar seus adversários na Copa. Ainda assim, é preciso ter paciência, há ainda questões a serem aprimoradas, saber que é preciso acreditar no processo e que lá na frente colherá frutos do resultado de um trabalho a médio e longo prazo. O que se observa é que o trabalho a longo prazo da Seleção Brasileira mostra que estão no caminho do sucesso.
Segundo a CBF existe a possibilidade de mais um amistoso para o Brasil antes da Copa, para acontecer aqui no país, mas nada ainda confirmado pela entidade.
Por Yasmin Queiroz – repórter que integra o Projeto Educacional do FimdeJogo/DC Press e a Universidade Veiga de Almeida. Supervisão Cris Dissat e Daniela Oliveira.
