Deveria ter abstraído tudo o que vi e feito o post do fim do jogo ontem, entre Botafogo e Flamengo, mas nem sempre as coisas são simples assim. Além disso, as vezes é preciso olhar com alguma distância sobre certos fatos.
Apesar de esperar não consegui.
As imagens do que aconteceu fora das quatro linhas não são para ser esquecidas, e mesmo que tentasse ia ser difícil. Em todos os sentidos é preciso tomar alguma atitude porque o futebol não pode ser álibi para qualquer coisa. Enquanto atitudes mais firmes não acontecerem fatos como os que acontecerão, continuarão.
História da Cobertura
A equipe se dividiu porque eu estava em uma palestra no Centro da Cidade. A cobertura do entorno ficou com a Tainá Oliveira, pelo @equipefimdejogo, que passava as informações. Enquanto ela andou não passou por problemas graves (sorte), mas sentia que algo não estava nada bom. O clima, como era previsível, estava hostil. Só consegui chegar oito e meia da noite. A essa hora ainda havia grupos chegando ao estádio, apesar de já ter meia hora de bola rolando. Pelo que acompanhamos não é comum e já se sabe porque isso acontece.
A partida também foi pesada no campo e quando estava registrando o atendimento a um jogador do Botafogo, levantei os olhos observei uma grande confusão, começando no setor Leste do Estádio Nilton Santos. Continuei a registrar a confusão, achando que o policiamento e a segurança do estádio chegariam para resolver o problema, como acontece em outros locais como Maracanã e São Januário. Só que não aconteceu.
Continuar a cobertura depois do registro foi bem complicado.
No campo, foi ataque contra defesa, até que o Flamengo, no finalzinho marcou o gol da vitória (Lincoln, aos 43′). A comemoração foi grande dos jogadores. Mas os problemas no jogo estavam longe de acabar.
Problemas no setor Oeste, no hall de entrada do estádio, na saída dos camarotes, nos corredores e problemas com jornalistas que registravam e até comigo. Estava saindo do carro dentro do estacionamento, para companhar mais uma confusão, quando um carro – em velocidade acima do que deveria estar andando naquela área – não parou e chegou a me derrubar no chão. Cheguei a ir ao posto médico, mas foi mais o susto do que algum machucado.
Enquanto isso os bate bocas continuavam.
Poderia detalhar uma série de outras questões, mas em um momento em que cada um lê o que se escreve de acordo com o humor … é melhor esperar para outra reflexão, enquanto novos fatos são apurados.
O vídeo com a confusão, postado no twitter já ultrapassou 350k e o vídeo completo no YouTube tem mais de 25 mil views. Muitos comentários sensatos e de quem não quer ver essas cenas em um jogo, mas também alguns que assustam com o menosprezo pelo ser humano. Reflexo da sociedade? Mas o que cada um pode fazer para que isso não continue?
Apesar de preferir, não é possível esquecer essa partida.
As fotos do jogo estão na galeria de fotos no FimdeJogo.