Ação pelo Mês da Mulher: Diálogos Rubro-Negros

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Ainda em tempo de comemorar o mês das mulheres, o Flamengo realizou na noite de 20 de março o evento “Diálogos Rubro-Negros”. A ação aconteceu na sede da Gávea, no Museu do Flamengo.

Mulheres no Esporte: Desafios e Glórias

O debate contou com a participação de três grandes ex-atletas do Flamengo (Jackie Silva, ex-jogadora de vôlei de praia; Daniele Hypolito, ex-ginasta; e Rosicleia Campos, ex-judoca e atualmente treinadora no rubro-negro), além de uma das historiadoras do Patrimônio Histórico do clube, Juliana Viana.

A mediação foi da repórter da Fla TV, Júlia Corson, que iniciou falando da potência feminina rubro-negra, da força de embaixadas rubro-negras 100% femininas, da presença cada vez maior das mulheres nas arquibancadas e no campo, e destacou que de mais de 900 atletas olímpicos no clube, cerca de 400 são mulheres.

As atletas comentaram sobre o período que vestiram a camisa rubro-negra e do orgulho de ter sido atletas no clube, mas também falaram sobre os desafios ao longo da carreira por simplesmente serem mulheres, principalmente no vôlei e no judô.

Lembraram que a história feminina no esporte é algo muito recente e que haviam, inclusive, decretos – em um passado não muito distante – que proibiam mulheres de competir. Foi muita luta ao longo dos anos para a mulher mudar essa realidade e conquistar o seu espaço.

Lutas, Desafios e Conquistas ao Longo dos Anos

Mesmo Daniele Hypolito, que atuava em um esporte mais voltada para as mulheres, relatou que tem sempre um homem ao lado nas equipes, em viagens. “Até no mundo da ginástica, que é um esporte mais voltado para o feminino, há a presença de um homem. Há treinadoras, mas a maioria das equipes contam com homens.”

Jackie destacou que o esporte, em geral, ainda é dominado pelos homens e quando uma mulher questiona algo é rotulada de rebelde.  “Aconteceu comigo. Quando eu passei a questionar algumas coisas, como salário e reconhecimento iguais ao dos meninos, fui chamada de rebelde, fui suspensa e muitas pessoas orientavam equipes a não me contratarem porque eu era “polêmica”.

Se no voleibol já era difícil, imagina no judô, um esporte predominantemente masculino. Rosicleia comentou das proibições e destacou que é preciso entender que não tem a ver com gênero e sim com capacidade.

“Havia uma proibição mais especifica que se estendia ao judô e futebol. Mulheres não podiam praticar esses esportes e esse decreto só caiu graças a uma luta de um mestre em judô, que teve que sair do Brasil para que a filha pudesse competir no esporte. Vale lembrar que o primeiro campeonato de judô em que mulheres puderam participar ocorreu apenas na década de 80.”

Para a historiadora Juliana, mesmo com o avanço, ainda há preconceitos, principalmente quando se trata de um assunto considerado de “domínio” masculino. “Mesmo na minha profissão, ainda escuto algumas piadas. Muitos homens ainda acham que eu não “posso” falar sobre determinado tema. Por muitas vezes já questionaram os dados nos quais eu passei sobre a história do clube, principalmente em informações relacionadas ao futebol”.

Mesmo com conquistas importantes, as atletas destacaram que ainda é preciso mudar alguns pensamentos e que a mulher precisa se provar o tempo inteiro. Por isso, elas reforçaram que a vitória de uma atleta mulher é a vitória de todas as outras, as que já lutaram e as que ainda lutam para que cada vez mais mulheres brilhem nos pódios.

A mensagem que elas deixaram no final foi: Quando uma mulher ganha, todas ganham.

 

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Post Author: Patricia Bernardo