Quem achou que a partida entre Bolívia x Peru, pela Copa América, seria morna como o último domingo, teve uma feliz surpresa. Não apenas um bom número de torcedores peruanos e bolivianos marcaram presença, como também, fizeram uma bela festa dentro e fora do estádio. Os bolivianos, mesmo em menor número, também mostraram que não vieram para o Rio de Janeiro somente a passeio, e chamaram a atenção com suas camisas verdes.
Chegada das Torcidas da Bolívia e Peru ao Maracanã
A seleção peruana começou dominando o primeiro tempo. O reflexo do bom rendimento do time empolgava ainda mais a arquibancada. Músicas já conhecidas nossas (cantadas por alguns times cariocas) estavam na boca da galera, com uma pitada de sotaque espanhol e mudança nas letras.
Aos 25 minutos, um pênalti foi marcado para a seleção boliviana. Depois de muitos questionamentos, o juiz validou, e Marcelo Moreno – um velho conhecido da torcida brasileira -, balançou a rede. E quem disse que a torcida peruana parou de cantar? Muito pelo contrário! Vibraram ainda mais para empurraram o time. Eles queriam a virada, e resolveram ajudar daquele jeito que só os torcedores sabem.
O gol de pênalti da Bolívia não intimidou a seleção peruana, que partiu em busca do ataque. A pressão surtiu efeito quando. O jogador Guerrero –outro conhecido dos brasileiros – fez o dele, para a alegria da torcida. O ataque peruano ainda tentou ampliar o placar nos minutos finais, sem sucesso. O primeiro tempo terminou com tudo igual e mais cantoria da torcida, que fez do Maracanã sua casa.
Segundo Tempo
Determinada em conseguir a virada, o time do Peru entrou com garra no segundo tempo. Embalados pela torcida, que permanecia cantando em todo tempo, antes mesmo dos dez minutos de jogo, o segundo gol saiu, com Jefferson Farfan.
Não parou por aí. A seleção peruana permaneceu fazendo pressão, porém o goleiro boliviano, Lampe Porras fez duas grandes defesas. Um único escanteio para a seleção da Bolívia deu a possibilidade deles ampliarem o placar, porém não souberam finalizar a jogada na área, e chutaram a bola para fora.
E a partida foi finalizada com mais festa e gol. Nos minutos finais, Flores fez o terceiro gol para o Peru, deixando a galera ainda mais radiante. Uma noite inesquecível para eles. No total, 17.550 pessoas estiveram presentes.
Festa Peruana no Maracanã
A torcida peruana não se intimidou por estar em outro país e tomou conta do Maracanã e dos arredores. Bem antes da partida começar, já era possível encontrar com eles nos bares e nas esquinas. Quando os portões abriram eles não entraram de imediato, preferiram ficar na rua fazendo festa e contagiando até mesmo quem não era peruano.
A torcida veio em massa, tomou conta da rampa da UERJ e cantou incansável até mesmo quando o time estava perdendo no primeiro tempo. A típica festa do bom futebol que nós gostamos tanto de assistir. (fotos Celso Pupo)
Tanto a Bolívia quanto o Peru possuem uma trajetória na competição latina. A equipe boliviana foi campeã uma vez, em 1963, quando disputou como país sede. A seleção levantou a taça como campeã invicta, ganhando cinco partidas e empatando em apenas uma. No último dia 14 de junho, participou do primeiro jogo da competição, nesta edição, contra a seleção brasileira, perdendo de 3 x 0.
A seleção peruana foi campeã em 1939 e 1975. Na última edição da competição, em 2015 chegou até às semifinais, e terminou em quarto lugar.
Um dos seus principais jogadores da equipe é um velho conhecido do público brasileiro, principalmente da torcida do Flamengo. Paolo Guerrero é artilheiro da seleção do Peru, com 37 gols. O atleta é o o maior goleador da competição em duas edições (2011 e 2015).