O Vasco perdeu em casa por dois a zero contra o Mirassol. A derrota em si não era algo imprevisível, afinal quem tem acompanhado os jogos do Mirassol sabe que é um time que surpreendeu no Brasileirão e é tecnicamente muito bem organizado. A questão foi outra e está mais adiante na cabeça dos torcedores: a Copa do Brasil.
Se por um lado, os torcedores vascaínos saíram frustrados com o resultado, no lado do Mirassol era compreensível a comemoração dos jogadores e os poucos torcedores presentes, porque a vaga para a Libertadores estava garantida. Em contrapartida a Torcida deixou São Januário antes do apito final demonstrando a decepção com o resultado. Esse jogo marca o último do Brasileirão na casa do Vasco. E seria o último no estádio antes do fechamento para obra?
São Januário e Chuva
Como já era esperado na previsão do tempo, a chuva começou a cair no início da noite, por volta das 18h. Isso coincidiu com a chegada dos torcedores. Rajadas de vento e momentos de chuva muito forte preocupavam, mas antes do início da partida, tudo estava normalizado. Inicialmente, havia receio de que a situação da última sexta-feira se repetisse, mas, ao final, alguns torcedores até “reclamaram”, afirmando que a chuva trazia mais emoção ao jogo. Entrou em campo, a turma do rodo, que foi heroica do jogo anterior.

Só que não foi a mesma história. Uma pena, a chuva não ter trazido a sorte da partida anterior, quando o Vasco goleou o Internacional, por 5 a 0, após um dilúvio que deixou o gramado impraticável e uma paralisação de uma hora e meia. Novamente, ela veio com muita intensidade, fazendo com que os torcedores até entrassem mais cedo, ficando em áreas internas ou procurando uma proteção na marquise do estádio.
De novo
Chuvaaaaaa pic.twitter.com/WP2fy0HQwK— Fim de Jogo (@fimdejogo) December 2, 2025
O Jogo
O primeiro tempo foi marcado pelo equilíbrio, com uma certa vantagem do Vasco na pressão. Os times adotaram uma postura bastante estudiosa, buscando entender o estilo e as movimentações do adversário, o que proporcionou um cenário de intensa disputa no meio-campo. O Vasco, mais ofensivo, arriscou mais, embora não tenham resultado em gols, criaram momentos de perigo especialmente nos lances de bola parada, como escanteios que levaram sustos à defesa do Mirassol.

O time paulista optou por um estilo de jogo mais cauteloso e defensivo, prezando pela segurança na saída de bola e pela organização. Essa tática visava evitar erros que pudessem ser aproveitados pela pressão constante imposta pelo Vasco, que buscava acelerar o ritmo e pressionar os jogadores visitantes em seu campo de defesa. Além disso, Léo Jardim cometeu uma falha que poderia ter resultado em gol; a outra oportunidade veio através de um chute de longa distância, que passou rente à trave, quase surpreendendo o goleiro do Vasco.
Segundo Tempo Complicado
A segunda etapa começou no famoso cenário “ataque contra defesa” e apesar da pressão e busca para impor seu ritmo ofensivo desde os primeiros minutos, os visitantes demonstraram uma defesa sólida e organizada. Justamente em um contra-ataque rápidos que o Mirassol conseguiu abrir o placar. Renato Marques fugiu da marcação, ficando cara a cara com o goleiro Léo Jardim, ele finalizou com perfeição, mandando a bola para as redes e colocando seu time na frente do marcador.
Com a entrada do Veggeti, o Vasco começou a abusar dos cruzamentos e quase deu certo. Após um cruzamento, ele conseguiu passar a bola para Gomez, que finalizou de primeira, mas passou raspando na trave e foi pra fora. A torcida ficou sem acreditar que a bola não entrou.
Nos minutos finais, o Mirassol ampliou o placar em outro contra ataque, mas o curioso desse gol é que ele provocou uma cena rara em São Januário. Assim que o gol foi confirmado, a torcida começou a deixar o estádio mostrando insatisfação, mas principalmente, a falta de confiança com a equipe.

Público e Renda
Mais um jogo de um ótimo público em São Januário com 19.496 presentes, 18.463 pagantes e renda de R$ 1.300.947,00. Na entrada dos times, os efeitos de iluminação, que se tornaram hábito, além de muitos fogos e dois bandeirões gigantes nas arquibancadas. O clima era excelente. Na saída, um torcedor comentou algo que devia estar na cabeça de todos: “Não era hora de perder assim. A gente precisava da energia lá em cima para a Copa do Brasil”.

A Torcida teve até alguma paciência, mas no final o grito que a Copa do Brasil era obrigação mostrava o que eles estavam pensando.

Cobertura: Cris Dissat, Celso Pupo (fotos) e Luiz Felipe Christo – repórter do Fim de Jogo, integrante do projeto da DC Press / Fimdejogo e da Universidade Veiga de Almeida (supervisão Daniela Oliveira).