Depois da medalha de bronze inédita por equipe, a ginástica brasileira teve mais um dia especial. Nesta quinta-feira, 1 de agosto, Rebeca Andrade voltou a subir ao pódio. Desta vez pelo individual geral, a ginasta brasileira emocionou mais uma vez e com uma ótima performance conquistou a medalha de prata, repetindo seu desempenho nas Olimpíadas de Tóquio em 2020. (Foto: Luiza Moraes/COB)
Pódio
Sem surpresas, o fenômeno da ginástica artística, a norte-americana Simone Biles ficou com a medalha de ouro. No total, ela terminou com 59.131 pontos contra 57.932 de Rebeca Andrade.
Apesar da vitória de Simone, Rebeca disputou ponto a ponto com ela e chegou a ficar à frente da americana em uma das rodadas. Biles, que quase nunca erra, vacilou nas barras assimétricas e viu a brasileira assumir a liderança.
A disputa pela medalha de bronze também foi acirrada. Quem ficou na terceira posição, com 56.465 pontos, foi Sunisa Lee, estadunidense que conquistou o ouro no individual geral em Tóquio 2020.
Salto
Rebeca fez um salto muito bem executado, com um Cheng perfeito, cravando a aterrissagem. A brasileira, então, garantiu um 15.100 e abriu a prova na liderança. No entanto, Simone Biles, conseguiu um belo 15.733 por conta do nível de dificuldade de seu salto, o Biles II.
Barras assimétricas
Nas barras, Rebeca fez sua melhor série nos jogos olímpicos, acertando as ligações de movimentos e realizando uma saída próxima de uma cravada. A nota de 14.666 veio para recompensar o desempenho.
Logo na sequência, foi a vez de Simone Biles se apresentar. A ginasta cometeu uma falha grave e quase encostou no chão durante a ligação entre a barra mais alta e a mais baixa. A norte-americana precisou dobrar os joelhos para evitar a queda e perdeu alguns pontos significativos, ficando com uma nota de 13.733. Foi nesse rodízio que Rebeca assumiu a liderança.
Trave
Novamente com uma boa apresentação, Rebeca Andrade realizou boas acrobacias. Teve um pequeno desequilíbrio, mas se manteve de pé no aparelho e conseguiu uma nota de 14.133.
Simone Biles voltou a impressionar e apresentou uma série de alta dificuldade. Com o 14.566, reassumiu a liderança, mas a diferença para Rebeca era 0.166.
Solo
No último e decisivo aparelho, já se sabia que uma medalha Rebeca levaria. Mas a atleta também tinha chances reais de ouro.
Sendo assim, a brasileira apresentou uma série que, como de costume, esbanjou carisma com a plateia. Uma pisada fora do tatame na primeira diagonal foi a única falha que gerou um desconto na nota. Mas, ainda assim, ela conquistou um 14.133.
Só que ainda tinha Simone Biles para se apresentar. Para Rebeca garantir o ouro, a americana precisava tirar no máximo 13.966. Só que era Biles. Com uma série de nível de dificuldade lá no alto e uma apresentação digna de uma das maiores ginastas do mundo, ela cravou um 15.066.
Flávia Saraiva
É preciso falar também de Flávia Saraiva. Em sua primeira final de individual geral, ela não conquistou medalha, mas foi muito bem também. Ficou na nona colocação, com 54.032 pontos.
Flavinha esbanjou simpatia e sorrisos durante as suas apresentações. Nas barras assimétricas foi muito bem, o que assegurou uma nota de 13.900 e um sorrisão no rosto da brasileira ao fim da série.
Na trave, animou a torcida brasileira ao realizar uma série encantadora e recebeu uma boa nota também de 14.266, a terceira maior nota do dia no aparelho.
No salto e no solo, a atleta teve alguns descontos nas notas. No salto obteve um voo baixo, que ocasionou uma pequena falha na aterrissagem, com um passo para frente e ficou no 13.633. Já no solo, Flavinha fazia uma apresentação muito boa, mas teve uma queda, o que custou muito de sua nota. No fim, ela conseguiu um 12.233. Mesmo com a queda, ela terminou com mais um sorriso no rosto e com a certeza de que deu o seu melhor.
Por Gabriel Caetano – repórter do Fim de Jogo, integrante do projeto da DC Press / Fimdejogo e da Universidade Veiga de Almeida. Supervisão Cris Dissat e Daniela Oliveira. Revisão de texto Patrícia Bernardo.